terça-feira, 5 de julho de 2016

Lá vem o Pato, pata aqui, pata acolá






São raros os jogadores que chamam a atenção da mídia sem estar jogando ou falando coisas polêmicas, Alexandre Pato tem esse ‘’dom’’, Pato chama atenção pelas atitudes, seja por namorar a filha do ‘’dono’’ da Itália Silvio Berlusconi, seja por recusar propostas astronômicas do futebol chinês, seja pela famosa cobrança de pênalti contra o Grêmio, ou apenas por existir e ser lembrado sempre que alguém procura uma referência para mau negócio no futebol brasileiro. Sua volta ao Corinthians essa semana coloca os holofotes novamente no atacante que estava emprestado ao Chelsea.

Pra começar, não sou daqueles que coloca a diretoria do Corinthians na cruz por conta da contratação de Pato, hoje é bem fácil de falar que foi um erro enorme, principalmente em tempos de crise financeira e dívida da arena, porém, em 2013 nós tínhamos um jogador de qualidade técnica indiscutível (principalmente quando se fala de atacantes no Brasil nos últimos anos) e ele tinha apenas 23 anos de idade! Um jogador ainda em formação com um futuro aparentemente promissor. Na época o risco ficava por Pato não conseguir jogar muitos jogos, sendo vítima frequente de lesões. E é aí que estava o trunfo do Corinthians, que com uma equipe incrível na parte de Fisioterapia conseguiu extrair um grande rendimento de Ronaldo e mais recentemente do também taxado de ‘’bichado’’ Renato Augusto. O plano era claro, recuperar Pato, esperar que ele jogasse o que sabia contra as duras defesas italianas contra as defesas brasileiras e depois de um ou dois anos se destacando vende-lo mais caro do que pagou pra algum time europeu novamente.

Parecia que a aposta não tinha como dar errado, e o timão conseguiu seu objetivo, Pato em condições físicas como nunca antes esteve na carreira. O problema é que a cabeça de Pato não é das melhores para se trabalhar, a identificação do Corinthians é com o povo, é o time de quem sua sangue, quem se entrega todo dia pra sustentar a família e sua paixão de ir assistir o time na Arena Corinthians, e pode acreditar o torcedor não espera que o jogador faça menos em campo do que ele faz no seu ‘’trampo’’. Essa não é a de Pato, que em um esquema instalado por Tite não tinha a raça e o comprometimento pra cumprir sua função tática de fechar o lado do campo, além de mostrar uma apatia revoltante em alguns jogos. Tudo culminando no fatídico pênalti que acabou de vez com o clima de Pato no timão na era Tite.

Era Tite que recentemente acabou. O maior treinador da história do Corinthians hoje está merecidamente (‘’Diga-se de Passagem’’ Craque Neto) na seleção brasileira. Cristóvão Borges está à frente do time do povo, e o ambiente pra Pato volta a ficar mais ameno, sei que a torcida ainda não confia em Cristóvão e muitos menos no Pato, mas vamos lá qual é o ataque do Corinthians mesmo? Romero, Lucca, Luciano, Rildo, André. Com esse ataque quem xingava o Wagner Love deve estar batendo na boca até hoje. O mercado está fraquíssimo para a posição além de superfaturado, com um jogador do calibre de Pato a disposição seria um desperdício e uma decisão de orgulho do clube pagar o absurdo salário do jogador (800 mil) para ele treinar e ficar de molho até o final do ano e ir embora.

A grande jogada é convencer Pato de que se ele jogar bem nos próximos seis meses e ajudar o Corinthians as propostas que ele vai receber no final do ano vão ser melhores do que se ele ficar de corpo mole ou apenas treinando. Pato precisa do Corinthians para voltar a aparecer pra seu grande objetivo que são os grandes clubes europeus, e o Corinthians precisa de Pato se quiser aumentar suas chances de ir a Libertadores e principalmente de brigar pelo título nacional.