quinta-feira, 28 de maio de 2015

A crise dos meias no futebol brasileiro




O Brasil sempre foi conhecido por ter um futebol vistoso, exuberante e técnico. No entanto, na última década ficamos carentes de uma das posições mais importantes de uma equipe, uma posição que sempre produzimos craques aos montes, a de meia armador, o lendário camisa 10, aquele que constrói as jogadas, que abre espaços para os atacantes, que dá cadência e ritmo ao time, aquele homem da bola parada.
Até 2007 estávamos bem servidos nessa função, dois meias brasileiros com bola de ouro e campeonato mundial no currículo – Ronaldinho e Kaká – e não vislumbrávamos talentos que pudessem chegar a tal nível, mas apenas aproveitamos o momento esperando que novos craques aparecessem. E eles não apareceram. Com uma política de categoria de base voltada a jogadores de bom porte físico para serem vendidos ao exterior cedo e aguentarem o tranco dos campeonatos europeus, investimos pouco nos que têm técnica e ficamos com os brucutus.
Jogadores sem espaço há tempos atrás, aqueles que ficavam como 22º jogador em convocações de seleção hoje estariam figurando como craques na seleção e brigando por titularidade com a camisa canarinho: Ricardinho, Marcelinho Carioca, Roger Flores, Alex, entre outros.
Mas talvez nem tudo esteja tão perdido. Nessa geração de volantes onde vemos nossos meias com potencial, mas com certa timidez e apatia como Oscar e Paulo Henrique Ganso, eis que na terra dos Beatles uma cria do Vasco da Gama começa a aparecer. Philippe Coutinho, camisa 10 do Liverpool parece brilhar cada dia mais com a camisa dos Reds. Com belos passes, dribles desconcertantes e pontaria calibrada, o brasileiro vem decidindo jogos importantes demonstrando que pode ser o meia que tanto queremos. ’’O Mágico’’, como é chamado pelos companheiros de clube, quase não vingou. Foi para a Inter de Milão, onde não teve espaço. Depois foi para o Espanyol, onde chamou a atenção do gigante inglês que hoje colhe os frutos dessa boa aposta.
Que ele continue crescendo e consiga ajudar Neymar a levar a maior seleção do mundo a dias melhores.

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